FALANDO COM DEUS
- Senhor!...
- Estou aqui.
-Bem sei que tu sabes, mais para o meu próprio bem necessito
dizer-te estas palavras.
- Sabe Senhor. Há muito tempo que eu procuro um objetivo,
viável, sincero para continuar vivendo.
- Sim. Estou triste. Muito triste, embora nãos aiba por quê.
Apenas sinto esta angustia que me consome e me entristece.
- De coração apertado, olhos cansados e uma tristeza
infinita, rogo-te:
- Socorre-me Senhor. Estou desesperado, no limite das minhas
forças.
- Imploro-te Senhor, embora saiba que não é necessário, pois
bem sei que estais comigo.
- Não sou forte Senhor, temo sucumbir. Com o coração
apertado, espírito sufocando, temendo não ter forças para lutar contra o meu
próprio EU.
- Sim. Contra mim mesmo.
- Por quê?...
- Senhor. Tenho medo de mim mesmo!
- Sou um fracassado, queria morrer, morrer e morri.
- Por quê?...
- De que adiantou?...
- Sim. Estou vivo. Mais vivo que antes, e o que é o pior,
não consegui extirpar a dor do meu peito. Só fiz aumentar e aumentar, e agora
mais aflito do que nunca percebo que só consegui aumentar a dor e o que é pior,
numa dimensão pavorosa.
- Oh! Jesus. Vejo uma Luz.
- Não. Não fujas de mim, preciso de ti. Envolve-me,
transforma-me, por favor. Não quero e não posso viver assim Senhor, sem o teu
amor.
- Matei-me, destruí a mim mesmo. Hoje vejo que só consegui
destruir a matéria.
- Sim. A matéria fraca e perecível. Mas, a dor ficou e
aumentou.
- Perdão Senhor. Perdão meu amor. Perdão por favor. Que
louco fui. Que louco sou.
- Por não querer sofrer Senhor, fiz sofrer as pessoas que
mais eu amava e que mais me amou.
- Não tive intenção. Por egoísmo quis acabar com a solidão.
- Que egoísta fui, pensando em não sofrer, quis morrer e
morri.
- Morrer?... Por quê?...
- Burrice minha Senhor, burrice sim, pois logo percebi que
não morremos, passamos de um plano para o outro, mas como os continentes são
separados pelos mares, a matéria morta se separa do espírito e apesar da distância,
sentimos suas sensações, sentimos dor, sentimos saudades, guardamos lembranças,
emoções, desejamos voltar.
- Voltar?...Como?... Perdi a condição. Como conseguirei a comunicação?
- É verdade meu irmão, temos um grande amigão, um paizão, que apesar da nossa ingratidão nos concede um
meio de comunicação indireto, porém eficiente. É mais um crédito que nos concede
mesmo sem merecimento e que nos é dado por compaixão, oportunidade
misericordiosa de reabilitação e transformação, sabendo Ele que agindo assim nos
aliviará da perturbação, ajudando muitos outros irmãos, que por covardia,
fraqueza, loucura, falta de fé ou mesmo aflição, vêm-se tentado a cometer
tamanha infração provocando assim mais e mais o seu estado de alucinação.
- Deus peço-te
através do seu filho amado Jesus. Paz.
- Sim Paz. Sim para que eu nunca mais venha tentar contra a
sua obra, seu amor.
- Jesus. Só hoje sei o quanto errei. E, de agora em diante
lutarei para evitar que infelizes como eu, tire a vida que DEUS lhes deu.
- Quem sou eu?
- Fui um encarnado errante, embora não obstante as emoções edificantes,
sucumbi, porque achei conveniente ser um ser recalcitrante, viver paixões
degradantes, para ter uma vida apaixonante.
Nilza Chagas de Amorim/
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FALANDO COM DEUS faz parte de uma coletânea de textos com
o título RECORDANDO JESUS. Textos inspirados.
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