ETNOCENTRISMO - Resenha


RESENHA
Do livro  “O que é Etnocentrismo”, Everardo Rocha,
Ed. Brasiliense, 1984, pag.7-22
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Nilza Chagas de Amorim                                
            O texto faz um relato sobre o Etnocentrismo. Segundo ele, “Etnocentrismo é uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é a existência”.
            Segundo o autor, na visão intelectual, o Etnocentrismo é a dificuldade de refletirmos as diferenças existentes, como também os sentimentos hostis, o medo e o estranhamento e vários outros, oriundos dessas diferenças que estão caracterizados no plano da afetividade, como o próprio texto nos faz entender. Portanto, ao questionarmos este fenômeno é verificada essa mistura de elementos: racionais, intelectuais, afetivos e emocionais.
            O Etnocentrismo é “a procura de sabermos os mecanismos, as formas, os caminhos e razões, enfim, pelos quais tantas e tão profundas distorções se perpetuam nas emoções, pensamento e imagens e representações que fazemos da vida daqueles que são diferentes de nós”. Esse fato problemático humano, já ocorreu e sempre ocorrerá independente do tipo de sociedade ou de época.
            Um fato que sempre observo na cidade do Salvador, estado da Bahia na estação mais quente do ano; verão, quando as nossas praias estão repletas de turistas de diversas partes do mundo: europeus, americanos etc., e nos deparamos com eles, andando por nossas areias, num sol maravilhoso com grossas bermudas, camisas com mangas, tênis, meias grossas e o inseparável chapéu, num ambiente em que as pessoas estão descalças e com os corpos seminus  bronzeados, ostentando seus micros biquínis e suas belas sungas. Logo uns esboçam discretos sorrisos, críticas veladas, ou mesmo manifestam oralmente para a companhia (as) que está ao nosso lado a opinião sobre a visão que nos chocam, do comportamento ridículo dos visitantes que paras os nossos costumes é totalmente estranho e sem ao menos levarmos em conta que sua pele muito clara é altamente sensível aos raios solares, e seus pés não estão acostumado com as areias escaldantes. No primeiro impacto já estamos chamando de maluco só porque está vestido e se comportando fora  dos nossos padrões, sem levar em conta a sua origem e sua cultura. Por outro lado, ele sendo parte de outro grupo com hábitos diferentes dos nossos, também pode perfeitamente estranhar os nossos costumes e até, dependendo da sua cultura sofrer um grande impacto e constatar para si ou mesmo para os outros, que nós é que somos o diferente, ele é quem está com razão e que é politicamente correto.   
A diferença é ameaçadora, por isso acontece o choque cultural. O outro é o diferente, o outro é que está errado, é o que nos causa impacto, fere nossa identidade cultural.
A maneira exacerbada de encarar o outro, o “diferente” pode levar  a violência e até mesmo a destruição de povos. E como afirma a obra, existe um paralelo entre violência e a atitude etnocêntrica.
Existe situações em que constatamos o etnocentrismo  “cordial”, a exemplo da estória  relatada entre o pastor e um jovem índio que ficaram amigos. O pastor recebe a missão  de vir ao Brasil fazer a  catequese e a evangelização com os selvagens no Xingue e... O texto conclui que “os etnocentrismos passa exatamente por um julgamento do valor da cultura do “outro” nos termos da cultura do grupo “eu”.
Encontramos também no texto um exemplo de Etnocentrismo na forma violenta, justificada pelo cientista Herman Von Ihering, diretor do Museu Paulista, início do século.
Outros exemplos relatados são a respeito da forma que os livros didáticos de História do Brasil se referem a imagem dos  índios, a partir dos momentos históricos (livros pré-universitários) e isso faz com que se tenha uma imagem distorcida da realidade, ao ponto de uma criança chegar a conclusão que o “índio é o melhor amigo do homem”;  Ações  etnocêntricas no confronto do nosso cotidiano a respeito de “empregados”, “negros”, “velhos”, “mulheres”, “gays”etc.  
Indubitavelmente, encontramos idéias como a da relativização. E a Antropologia Social vem construindo um conhecimento sobre as diferenças, e este, vem como alternativa para soluções dos problemas existenciais. 

 






















 
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