CONSTRUÇÕES I
Ah! Como eu
gostaria de poder desfrutar dessa bela imagem arquitetônica e de muitas outras.
O progresso se faz
necessário e com ele, vem à necessidade de
mais e mais espaços úteis, porém, não podemos renegar os nossos antigos
artistas que tanto embelezaram ou que ainda embelezam nossas paisagens.
É de bom alvitre
que seja levado em conta o custo benefício com manutenção de muitos desses
antigos lindos prédios, sólidos. A
derrubada destes gera muitos prejuízos ao nosso patrimônio artístico
cultural, histórico e financeiro constados com o aumento nos custos dos serviços para a sua
demolição e que são visivelmente desnecessárias, e que provocam um
grande desperdício de materiais nobres que até então, sob a forma de
verdadeiras obras de arte.
Ao longo dos anos
o descaso foi imenso e com danos irreparáveis, porém ainda é tempo de salvar o
que nos resta. O investimento de hoje valerá os lucros produzidos pelo turismo
de amanhã.
É preciso que a
nossa história não se resuma aos arquivos materiais produzidos por
conservadores, técnicos ou mesmo por pesquisadores apaixonados que querem
conhecer e registrar os detalhes das belas e significativas
edificações que atualmente existem, ou que deixaram de existir, para que de
fato não caiam no total esquecimento. Ou
então, deixar a cargo das memórias dos que conhecem ou que
conheceram, e, que essas lembranças sejam divulgadas no boca a
boca dos saudosistas.
Embora a
oralidade tenha seu valor num contexto emocional e histórico, é
importante ressaltar que as impressões do relator dessas imagens,
inevitavelmente, imprimirá em
suas histórias uma carga emocional, de acordo com a sua visão de mundo.
Faz-se necessário
que as autoridades competentes ou que detêm o poder, voltem-se com respeito,
interesse, dedicação e carinho para nossos diversos patrimônios materiais,
frutos das histórias de vida do nosso país.
Quando visualizei
a foto acima refleti profundamente e me veio logo os seguintes questionamentos:
- Por que não
conservaram o prédio antigo?
- Por que o
projeto de construção não foi adequado à realidade espaço
geográfico da época?
- Por que destruir
valores?
- Por
que não agregaram valores novos ao lado dos existentes?
- Foi realmente
necessária a sua extinção?
- E se esse prédio
azul, moderno, fosse construído logo atrás do antigo?
- E se assim
o fosse, não teria também a mesma função e um maior significado?
Não podemos negar
que foi necessária e importantíssima a sua construção, pois com ela veio
de fato, a ampliação dos serviços, porém, substituir uma arquitetura tão artisticamente
elaborada, linda! E tão rica, é realmente frustrante, mesmo que
essa substituição tenha sido feita por uma bem mais ampla,
mais moderna e mais confortável.
Sei que “não
adianta chorar pelo leite derramado”. Mas, serve como alerta, para que
mais cedo ou mais tarde "o erro" não venha a ser repetido.
Precisamos
conservar o que é nosso. Respeitar a nossa história.
Devido a diversos
fatores, e, principalmente pela falta do real interesse dos que
deveriam ser responsáveis pela sua conservação, lindos prédios que hoje estão
com uma péssima aparência, vão ao longo do tempo desaparecendo como
consequência da falta de manutenção, e o pior disso tudo é que a maioria de nós
nem ao menos não nos mobilizamos para tentar inverter essa intrigante
situação.
Talvez essa
atitude recorrente, seja por serem considerados feios,
e , de acordo com os padrões atuais, inadequados, decadentes e por
isso mesmo, deprimentes, representando um verdadeiro perigo para os prédios
vizinhos, para os transeuntes e como também os moradores, ou
mesmo para ocupantes irregulares, que por
falta de uma melhor opção os utilizam como abrigo.
Todos esses problemas
deixarão de existir com a revitalização segura e urgente desses imóveis.
Nilza Chagas de Amorim
Antes e Depois
A antiga fachada da antiga Escola Técnica provavelmente nos anos 40/50 e a fachada atual do IFBA.Da fachada antiga só sobrou o muro.
FONTE:IFBA_Oficial
Antes e Depois
A antiga fachada da antiga Escola Técnica provavelmente nos anos 40/50 e a fachada atual do IFBA.Da fachada antiga só sobrou o muro.
FONTE:IFBA_Oficial